Coronavírus, Covid-19, Sars-Cov-2, epidemia, pandemia, isolamento social, distanciamento social, quarentena. Entenda os termos mais usados com o avanço da doença pelo mundo:
- Coronavírus
Para facilitar, já que os nomes escolhidos pelas autoridades de saúde não são simples, alguns especialistas chamam o novo vírus só pelo “sobrenome”: coronavírus. Esse termo é, na verdade, o nome da família do vírus que se espalha hoje pelo mundo. Também são coronavírus o Sars, que atingiu a China e foi em identificado em 2002, e o Mers, que causou uma epidemia em 2012, no Oriente Médio. A família tem integrantes que atingem humanos e outros que circulam só entre animais. É justamente por já existirem outros coronavírus que o causador da atual crise é chamado de “novo coronavírus”.
- Sars-Cov-2
É o nome oficial do vírus que atinge o mundo em 2020. Foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para facilitar a identificação em estudos científicos e também a divulgação na imprensa, além de evitar confusões com outros vírus da mesma família.
O Sars-Cov-1 (ou apenas Sars) é o nome dado ao “irmão” do Sars-Cov-2, que causou uma epidemia na China em 2002. Em inglês, Sars-Cov-2 significa: “severe acute respiratory syndrome coronavirus 2“, em tradução livre: Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2”.
- Covid-19
É o nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus, também escolhido pela OMS. Ou seja: quem está com os sintomas principais como tosse, febre, dificuldade para respirar, pode estar com a Covid-19, doença causada pelo Sars-Cov-2.
- Grupo de risco ou vulnerável
É o perfil dos pacientes que podem desenvolver o quadro mais grave da doença e, por isso, têm mais risco de morrer devido à infecção. No caso da Covid-19, os dados internacionais demonstram que são os idosos e pessoas com comorbidades, como hipertensos ou indivíduos com histórico de problemas cardiovasculares e diabéticos os pacientes mais vulneráveis às formas graves da doença. Com o avanço da pandemia, outros fatores de risco têm sido estudados pelos especialistas, inclusive através de estudos nacionais, para se entender porque algumas outras pessoas apresentam complicações. Até agora, dados brasileiros apontam maior risco de casos graves na nossa população nos seguintes grupos:
- Maior frequência de casos graves em idosos, especialmente com mais de 80 anos.
- Predominância de pacientes graves entre os homens, que respondem com 68% dos óbitos.
- Em relação às comorbidades ligadas aos óbitos, prevaleceram as cardiopatias, seguidas por diabetes, pneumopatias, doenças renais crônicas, imunodepressão, doenças neurológicas crônicas, doenças hematológicas crônicas, hepatopatias crônicas, asma e obesidade. A obesidade inclusive tem sido apontada como um grande fator para o avança das hospitalizações da Covid-19 nos EUA, país onde esse problema é extremamente prevalente, inclusive entre os jovens. Pesquisadores da NYU Langone Health Center conduziram um grande estudo com foco nas hospitalizações em Nova York. Eles encontraram a obesidade, em conjunto com a idade avançada, como o maior fator decisivo para admissão hospitalar.
- Isolamento
O isolamento é uma estratégia de contenção do vírus. Ele é aplicado quando há recomendação para ficar em casa e restringir atividades sociais. O Ministério da Saúde recomenda o isolamento para pessoas classificadas como casos suspeitos, confirmados ou prováveis (quando há contato íntimo com um infectado).
Nesses casos, as pessoas devem ficar em casa ou hospital, se houver necessidade, por um prazo de 14 dias desde o início dos sintomas, com possibilidade de uma prorrogação médica, para uma liberação antes ou após, conforme cada caso. Quem volta do exterior também é orientado a ficar em isolamento por sete dias. Essa conduta seria especialmente importante no início da epidemia no Brasil, mas, infelizmente, não foi bem alertada pelas autoridades e pela mídia antes da doença de espalhar pelo país, lá no final de fevereiro e início de março.
O isolamento social também seria o mais recomendado para pessoas de grupos vulneráveis, sempre que possível (abrir exceção para ida a uma consulta médica, realização de vacinas, prática de exercícios físicos com todos os cuidados em higienização rigorosa das mãos e uso de máscaras caseiras, etc).
Para a população em geral (jovem e sem doenças associadas, por exemplo), a recomendação atual é de distanciamento social. A base científica dessa recomendação é para que se reduza a circulação e se evite contatos sociais para frear a disseminação do vírus e buscar o achatamento da curva para que as pessoa não fiquem todas doentes ao mesmo tempo, em um pico, e colapse o sistema de saúde. Ou seja, a recomendação das autoridades atualmente para esse grupo é: sempre que puder, fique em casa (mas no atual nível de contingência da doença no nosso Estado, pode sim sair para fazer seu exercício e preservar sua saúde física e mental). Mas cuidar sempre, em todos grupos! Sempre dar atenção para as orientações de higiene rigorosa e frequente das mãos (com água e sabão ou álcool gel), especialmente, e uso de máscaras caseiras (para reservar as máscaras profissionais para uso em atendimentos a saúde da população), de acordo com as recomendações mais atuais (da última semana) pelas autoridades mundiais.
Entender mais sobre achatamento da curva.
- Quarentena
A quarentena é um ato administrativo formal emitido por órgãos públicos. Ela determina a suspensão de atividades públicas, como o fechamento de comércio e a manutenção de serviços essenciais, como emitido em diversos decretos estaduais e municipais no país desde março de 2020. Seu prazo geralmente não é de exatos 40 dias e sim de um período que as autoridades julguem necessária a medida. O foco da quarentena é garantir a manutenção dos serviços de saúde.
- Epidemia
Um aumento fora do comum de casos de uma determinada doença, com um pico e, depois, uma diminuição no número de pacientes em uma região ou país. Exemplos de outras epidemias declaradas pela OMS são: Ebola, na República Democrática do Congo, e Zika, no Brasil.
- Pandemia
É uma epidemia que ocorre em todo o planeta, com a situação se repetindo em diferentes continentes. O Sars-CoV-2 está em todas as regiões do mundo. A pandemia pela Covid-19 foi declarada em 11 de março pela OMS. A última vez que isso ocorreu foi com o avanço da Gripe A (H1N1), em 2009.
- Diagnóstico
Termo dado pelos médicos para o processo de identificação de uma pessoa com a doença, ou não. O paciente precisa apresentar uma série de critérios (sintomas, contato com outras pessoas, entre outros) e/ou fazer um teste de laboratório.
- Caso suspeito
É classificado como caso suspeito qualquer pessoa que tenha apresentado os sintomas do coronavírus e/ou tenha tido contato com alguém com a doença.
- Caso confirmado
São pacientes que passaram por uma triagem médica e que estão enquadradas nos critérios clínicos e/ou tiveram resultado positivo para o teste do vírus.
- Caso descartado
O paciente apresentou algum sintoma mas, após exames, o médico identifica outra doença. É comum que o novo coronavírus seja confundido com síndromes respiratórias mais antigas e ainda em circulação, como a Influenza.
- Paciente assintomático
Pessoa que foi infectada pelo coronavírus, mas não desenvolveu os sintomas da doença. De acordo com os órgãos de saúde, muitos casos de pessoas infectadas pelo novo vírus nem chegam a apresentar sintomas, o que dificulta a contagem real do número de casos.
- Teste PCR
É um dos tipos de testes para identificação específica do coronavírus. Tem um nível de precisão altíssimo, tanto que é chamado de “padrão ouro”. O resultado demora mais: 3 a 4 dias normalmente e, agora, com a alta demanda, até uma semana. Mas ele identifica de forma precisa a presença do vírus no organismo através do sequenciamento do genoma do vírus. Como qualquer exame, pode apresentar uma margem de erro, principalmente com possibilidade de falsos-negativos (até 30% pelo método de coleta pela orofaringe / nasofaringe), ou seja, dar negativo para coronavírus e ainda o indivíduo apresentar a infecção viral não identificada através desse método. Tem papel no diagnóstico da doença na fase aguda. Pode detectar a presença do vírus a partir do 3° dia de infecção (mesmo em assintomáticos) até o 10º-14º dia, em média.
- Pesquisa de Anticorpos /Teste rápido
São formas mais rápidas de identificar a presença do vírus, mas com menos precisão. Pesquisam a presença de anticorpos contra o novo coronavírus no organismo. Os especialistas defendem que eles sejam usados como uma forma de triagem.
A amostra para análise pode ser coletada com uma punção venosa ou uma gota de sangue. Quando usado o método de imunocromatografia (teste rápido), o resultado sai em 15 a 30 minutos. Quando usado o método ELISA, o resultado leva em torno de 2 dias. Esses testes que pesquisam anticorpos, têm sido chamados de “passaporte da imunidade”. Esses testes que estão sendo disponibilizados (de forma ainda lenta e gradual no Estado) são essenciais para essa guerra acabar antes, pois podem detectar (se adequadamente coletados e ainda assim com margem de erro) quem já teve contato com o vírus e está imune, quem está com a doença ativa e potencialmente com poder de infectar um contato e quem não tem anticorpos algum para o coronavírus.
Fontes: JAMA Network; The Telegraph; ZD Net; Medscape.